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Poemas para ela...

Atualizado: 10 de out. de 2019

Os seguintes poemas são memórias. Não necessariamente boas ou más, apenas memórias. Lembranças de algo que nunca aconteceu, cujos sentimentos foram reais, muito mais do que deveriam ter sido. Chamo-lhe Poemas para Ela pois foram escritos para alguém (uma rival, que fala de forma agradável), mas esse alguém não os apreciou. Talvez aqui publicados, estes versos sejam capazes de ter significado.

O Poeta

Afronta:

Acreditas tu estares livre

do encanto de um verso.

Acreditas tu seres imune

ao fogo do Universo.


Deixa me tocar-te,

clarificar a confusão.

Deixa-me levar-te

ao foco da paixão.


Conhecerás a verdadeira razão

pela qual cobiço-te sem fim.

Conhecerás esta emoção

que queima dentro de mim.


Acreditas tu estares livre

destes versos, da paixão.

Deixa-me que te mostre...

O amor louco, a perdição.

Errei:

Errei. Sinto me culpado,

E não mereço o teu perdão.

Errei.

Não sei se com sentido,

Ou se foi em vão.

Errei de todas as formas,

Provei o meu valor.

Trouxe-te incontáveis mágoas,

Apenas causei dor.

Errei sabendo que tinha errado,

E prossegui com o meu erro.

Culpo-me pela tua dor;

Arrependo-me por amor.

Perdoa-me se errei,

E se alguma vez errar.

Perdoa-me se estes versos

Fizerem a dor voltar.

Escrevo-os porque me arrependo

Arrependo-me por errar.

Culpo-me pelas mágoas,

Mas erro por não tentar.

Não quero incitar romance,

Mas se houver alguma chance,

Só peço que percebas.

Errei por amor, paixão.

Não sou digno de tal coisa,

Mas peço o teu perdão.


Tempus Fugit:

O tempo passa,

A dor não.

O tempo passa,

Os sentimentos vão.

Asa livre de correntes,

Digna do perdão,

Neste coração assente.

Feridas de paixão.

Desejos que vêm,

Mas não vão.

Asa que vem e não vai,

Um sonho que não cai.

Dor que vem e não vai,

Um delírio que não cai.

A tortura dos fracos,

Dos tolos e incapazes.

No seu peito, buracos

Que jorram versos e frases.

O delírio de um inocente,

O sonho de um crente.

Da alma, o vento forte.

Do coração, o fogo ardente.

Ele queima agora,

Não sabendo bem porquê.

Fez tudo o que podia,

Pôs-se à sua mercê.

Ele sonha com o sorriso dela,

Aquela que o cativou

Por ser bondosa e bela.

Aquela que não o amou,

E que toda a dor causou.

O tempo passa,

O amor não.

Os sentimentos passam,

O amor não.

A dor passa,

O amor não.

O amor passa

Se for outra qualquer.

Mas por aquela mulher,

Tudo passa...

O fogo não.


Contemplações:

O teu doce olhar encontra-se com o meu,

Carregando uma tristeza inexplicável.

Uma sombra negra como um breu

Assombra o teu olhar amável.


Longos cabelos da cor do carvalho

Contrastam com o teu sorriso,

Que brilha como o orvalho...

Evaporado no teu riso.


A tua forma esbelta e esguia

Reforçam a tua divina beleza.

A luz que me guia,

E mantém a minha alma presa.


A cada inspiração

Surges no meu pensamento.

Um aperto no coração.

Contemplo-te por um momento.


Cada vez que penso em ti,

A dor não tem fim.

Perco-me no teu olhar

Sempre que passas por mim.


Como poderia eu amar-te

Se apenas dor causei?

Mas antes de maltratar-te,

Nunca soube que te amei.


Perco-me no teu olhar

Surges no meu pensamento.

Penso em como te amar,

Enquanto resisto ao tento.

Soneto Fracassado:

Prossigo com este pensamento.

Fazes-me sentir assim,

Fazes arder este fogo em mim.

Prossigo com este tormento.


Pelos erros do passado lamento,

Causei-te a dor que sinto em mim.

Causei o que nos faz assim.

Mas não consigo ignorar este sentimento.


Esperava escrever-te um soneto,

Mas sei que não sou capaz

Pois sobrepõe-se a paixão.


Não consigo manter o tento,

É o que o teu olhar me faz.

O amor, o fogo, a sedução.

Intermissão:

Aqui, longe de tudo,

Mergulhado no escuro.

Desespero profundo,

Amor tremendo.


Aqui, versos nascem,

Mesmo longe de ti.

Mágoas desaparecem,

Paixões permanecem.


Aqui, afastado,

Penso em tudo.

No que me faz feliz,

No meu amor por ti.


Retorno:

Mais uma vez olho para ti

E perco-me nos teus olhos.


Aqueles que já declamei

Incontáveis vezes. Aqueles que sempre amei

Durante árduos meses.


Quero livrar-me desta dor

No teu sorriso fulgor,

E sentir o calor

Do teu desnudo esplendor.


Fazer na tua carne um esboço,

Marcar os lábios no teu pescoço.

Fazer-te tremer até ao osso,

Gritar e gemer no alvoroço.


Ainda estou apaixonado...

Mesmo tendo sido rejeitado,

Abandonado, renegado.

Ainda sonho estar ao teu lado.


Revelação:

Enquanto penso em ti,

mesmo quando não devia,

ímpios pensamentos surgem.

Logicamente, não resisti.

Intoxiquei-me enquanto descrevia

a razão da minha vertigem.


Estes poemas são todos similares, todos com parecenças, são todos imperfeitos. Tão imperfeitos quanto a circunstância em que foram compostos. Mas foram importantes para a minha evolução. Por isso adoro-os mesmo com todos os seus erros, têm um grande valor para mim. Espero que alguém que os leia seja capaz de sentir o que eu senti. O que ainda sinto. Ainda que sejam apenas cartas de amor, espero que possam fazer alguém sorrir.

O Poeta.

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