Apostar nas artes, promover o conforto e a participação dos alunos em clubes artísticos, oferecer apoio aos mesmos e garantir que todos estejam igualmente representados. Estas são algumas das medidas da lista B, que se candidata às eleições de 24 de novembro.
“Para quê ser igual aos outros quando podes escolher ser diferente? *B*(e) different, por um futuro melhor!” A candidata a presidente, Mariana Serrano, em entrevista.
Iúri Reis [Jornalista Apolo XXI]: Em primeiro lugar, o que é que vocês acham que a escola tem a ganhar se vocês forem presidentes da Associação de Estudantes?
Mariana Serrano: Eu acho que primeiro a escola tem a ganhar porque a nossa lista pretende levar a escola para a frente e não comprar as pessoas. Depois vamos para o segundo ponto que é pretendermos incentivar os alunos e aquilo que eles gostam de fazer e não apenas ser a associação, nós pretendemos tentar que todos sejam a associação.
Bernardo Raposo: Pretendemos que todos sejam dinamizados.
I.R.: Que atividades é que vocês têm planeado já se ganharem, ou seja, quais as vossas primeiras decisões e primeiras atividades?
M.S.: A primeira actividade que já está certa é a criação de um grupo de teatro. Temos quase agendado uma reunião com psicólogos para tratar certos transtornos psicológicos, que foi discutido com a nossa turma no ano passado e havia outras que também tinham interesse. Sem ser isto temos também alguns eventos para arrecadar dinheiro porque nós pretendemos criar um espaço de convivências para os alunos (com sofás para estarem mais à vontade) e temos que juntar algum para isso.
Diogo Santos [Jornalista Apolo XXI]: E o que pretendem realmente com a criação desse espaço de convivência?
M.S.: Pronto, há ali um espaço perto da biblioteca que tem uma mesa alta com cadeiras. Nós pretendíamos criar um espaço acolhedor para os alunos poderem estar sem ser nas mesas do bar. Nesse espaço pretendemos utilizar alunos que gostem de artes, e nós temos uma turma de artes na escola, por isso queríamos dinamizar isso e utilizar essa turma para enfeitar a mesa e tentar criar um espaço em que as pessoas possam estar, possam levar os computadores, possam ler os livros, fazer os trabalhos mas que se sintam bem e possam conversar mais à vontade sem a balbúrdia do bar ou ter de estar tão quietos como aqui [na biblioteca].
Rafael Moura [Jornalista Apolo XXI]: Sabem que aquele espaço está reservado ao Saber+ e à psicóloga?
M.S.: Sim, a própria psicóloga sugeriu-nos a utilização do espaço.
I.R.: Eu já estive a ver alguns dos vossos membros e a minha pergunta é: por quê a escolha dos restantes membros? Que contributos trarão para a associação?
M.S.: Nós tentamos primeiro ir buscar pessoas interessadas na situação, que se preocupem realmente com a escola. Depois tentamos ir buscar alunos a várias turmas de vários anos, com diferentes interesses para conseguir que todos estejam igualmente representados e que consigam ver uma parte de si no futuro da escola.
I.R.: E o que é que vos levou a constituírem uma lista? O que sentiram que necessitava de ação cá na escola e quais as medidas planeadas que acham que vão realmente transformar e afetar mais as pessoas? Porque, por exemplo, o espaço de convivência as pessoas vão saber que vai existir mas não vai afetar directamente. O que é que acham que vai conseguir emplacar a escola e mudar o espaço escolar de maneira mais radical?
M.S.: Primeiro acho que o espaço de convivência vai mudar porque foi-nos sugerido por várias pessoas de várias turmas. Diziam que não tinham um espaço em que se sentissem realmente bem, quase como se estivessem “em casa”, porque nós temos furos quase todas as semanas – acontecem, é uma coisa natural – temos dias em que temos que ficar aqui mais tempo e não temos onde esperar, então era um espaço para estar mais confortável, para nos sentirmos mais em casa na escola. Depois, quanto às medidas, nós temos várias pessoas aqui na escola que são músicos, que gostam de teatro, que gostam de escrever, que gostam de fazer inúmeras coisas e não conseguem ter o seu espaço de atividade, e eu acho que a nossa lista pretende levar isto a cabo, pretende que todos se sintam bem, consigam desenvolver aquilo de que gostam e que se sintam à vontade para fazê-lo.
I.R.: E o que é que vos distingue das outras listas? Todos têm o interesse de melhorar o espaço escolar, mas o que é que vocês têm a acrescentar? Conhecem os membros das outras listas? O que vos separa e diferencia?
M.S.: Eu acho que todos temos objetivos diferentes nas medidas em que queremos implantar. Por exemplo, nós estamos mais virados para o lado das artes, talvez pelo contacto que temos com as pessoas e acredito que isso seja a base de todas as listas. Nós acabamos sempre por chamar aqueles que nos são mais próximos, e os que são mais próximos vão ter outros amigos que são interessados na mesma área e isso vai acabar por juntar. Eu não digo que as outras listas tenham menos mérito ou que vão conseguir fazer menos, mas a meu ver as nossas medidas vão tentar juntar mais a escola e fazer com que as pessoas se sintam melhor aqui. E acho que se isso não é o mais importante, não sei o que será.
I.R.: O que têm a dizer aos alunos? O que têm para eles votarem em vocês?
M.S.: Eu primeiro apelo a não fazerem a escolha errada e votarem B, mas, mesmo que façam uma escolha que a nosso ver não seja a mais certa votem porque é o vosso futuro, é a vossa escola, e se não formos nós a fazer por ela, ninguém o fará.
D.S.: Em relação à vossa primeira medida “ajudar novos alunos no processo de adaptação ao secundário, estabelecendo pontes entre ciclos”, o que é que vocês tencionam fazer acerca disso?
M.S.: Nós temos um projeto que mesmo que não ganhemos vamos tentar desenvolver, porque há muitos projectos que nós temos e nós vamos tentar desenvolvê-los ganhando ou não, porque o nosso objectivo não é só ganhar, é melhorar, por mais que não sejamos nós à frente. Como por exemplo o dia da psicologia, nós vamos tentar levá-lo a cabo. Esta ponte seria construída através de irmos às turmas de 9º ano, tentarmos sensibilizá-los, porque eu sei que nem toda a gente vai estar interessada, mas quem estiver, pode, por exemplo, começar a vir uma vez a cada duas semanas e participar, por exemplo, nas reuniões da associação. Os interessados começavam já a entrar na nossa associação, começavam a ver como é que funciona, começavam a defender os seus objectivos. Portanto cá está e de certa forma nós temos que tentar que eles se sintam bem aqui e acho que toda a gente se sente um bocado perdida quando passa de um ciclo para o outro e é isso que nós queremos tentar evitar.
I.R.: Querem fazer alguma mudança na rádio, continuar a ser só uma rádio de “ambiente” ou querem fazer algo novo?
M.S.: Os materiais para a rádio são bastante dispendiosos. A antiga associação tentou comprar, nós tivemos acesso a alguns orçamentos, e são realmente muito caros para nós conseguirmos fazer funcionar com programas interactivos, ou seja, os programas teriam de ser gravados antes e podiam passar no intervalo de dois em dois dias. Nós estamos a pensar nisso mas tem de ser estudado para ser feito. Pretendemos elaborar um programa e será o Gonçalo Moreira a fazê-lo. Ele gosta bastante de música e pensou em criarmos um programa interactivo, em ter vários dias com objectivos diferentes, com estilos de música diferentes e tentar dividi-los, e que os alunos participassem de forma mais direta, não só na lista que está à porta da escola – porque eu posso ir lá e escrever dez músicas seguidas – mas fazer uma votação online porque todos utilizamos a internet diariamente, por exemplo, e com essa votação saber os gostos mais ou menos, quais são as músicas mais votadas e não ter de estar sempre a repetir. Criamos uma lista que será seguida nos intervalos.
I.R.: Ok, acho que é tudo. Muito obrigado!
Entrevista de Iúri Reis, Diogo Santos e Rafael Moura
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